terça-feira, 31 de julho de 2012

O invisível

Há uma enorme diferença entre o oculto e o invisível.
Estou com muitas saudades de meus amigos blogueiros.
Será um tema pare desenvolver aqui, com vocês.
Curto o invisível.
A voz humana, o ar que respiramos são palpáveis e invisíveis, não é o máximo?
A saudade e os sentimentos também são invisíveis.

Enorme abraço

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Gerações: música em três tempos

Foto de arquivo pessoal _ Espanha, Cuenca









I - 1321 A.C.
                                  
                                       

No princípio, amanheci deserto.

Um homem _ metade sol, metade lua _ escalando dunas, descobriu-me os seios. Oculto no remanso de um abraço infindo fecundou-me. Ao conceber os gêmeos renasci oásis, uádi, poço, palmas, tamareiras.

Desde então, os frutos que de mim brotam alimentam pássaros, camelos, cabras, cobras, lagartos, as caravanas dos tuaregues, a luz e as sombras do meu homem. E os meninos: o Negro e o Dourado.

  

II - 1950 A.D.

A cama de espaldar alto e dossel de filó não protegia meu sono de menina das areias, do calor, da comida, da língua e musica árabe, ou dos murmúrios do Nilo, que, renegados pela cultura de minha gente, apesar de vivermos no Cairo, entravam sorrateiros e caudalosos pelas conversas proibidas nas sombras da cozinha.

As tias, avós, primas mocinhas, minha bela mãe, vestidas de sedas e rendas de Chantilly, preenchiam salas luminosas de risos e vozes musicais. Os homens desmanchavam-se na fumaça dos charutos, embriagados com a promessa dos lucros nos negócios. As crianças corriam por varandas, caramanchões, jardins. Vivíamos nas bordas do Sahara, e falávamos o francês.


III - Terceiro Milênio

Atravessamos o mar, conheci meu marido, tivemos filhos. Agora, avó, em meus sonhos, permaneço jovem e loira. Neles visto leves e transparentes véus, cavalgo camelos enluarados, quando, os cheiros, sons, e ritmos vivos, torneados e sacrílegos me possuem, em tempos e verbos de língua brasileira.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Tentando instalar o tradutor de textos

Publoco a ajuda de Peonia:

Querida Eliana son Peony
Usted está muy feliz de ayudar.
Me pongo cuando creé mi blog he encontrado varias dificultades. Sólo después me enteré de algunas cosas con el tiempo.
Trato de explicar cómo agregar el traductor. Con la esperanza de ayudarle. Así que cuando me vienen a visitar se hace más fácil para mí y para otros para entender su contenido.
Luego, en la página del blog en la esquina superior derecha hay un icono con las palabras de arriba y luego haga clic en Diseño en el lado izquierdo de la página se verá voces diferentes ... lo que tienes que hacer clic en el DISPOSICIÓN elemento de la pantalla que aparece haz clic en el elemento Añadir Gadget después de la verás muchos gadgets, pero basta con hacer clic en el elemento y después de agregar el TRADUCTOR GOOGLE guardar el diseño.
Espero haber sido claro, ya sé que no es muy fácil, pero verá usted tenga éxito y nos vemos pronto besos

Vi que ya se han resuelto. Brava. Un abrazo

Tradução de Eliane Accioly, por Norma Segades Manias

Foto de Oaxaca, 2003




ALGO PARECIDO A UNA TRADUCCIÓN

Cuando visité México, para el Onceavo Encuentro de Mujeres Poetas en el País de las Nubes, pensaba que su gente, los nativos, podrían comprender mis poemas en português, al leerlos durante los encuentros. Fue ese uno de los mayores engaños que debí afrontar. La lengua española me parecía “similar” a la lengua portuguesa, después de todo, ambas son romances. Sin embargo, comprendí lo profundamente disímiles y misteriosas que son en sus particularidades. Así, sentía inútiles mis poemas, que no serían comprendidos en português, y una semana por delante, para desesperarme. O retornar antes a Brasil, con el rabo entre las piernas.

Me salvó la poeta Norma Segades. Los poemas que llevé, en su mayoría, habían sido publicados en dos libros. Y no eran necesarios más que seis u ocho poemas porque serían leídos en pueblos y ante públicos diferentes. Norma no me dejó leer ningún poema en português para que fuera mejor comprendida. Y estaba en lo cierto. ¡Bendita amiga!

Por la noche, nos reuníamos las cuarenta poetas en un bar sencillo y acogedor donde comíamos nuestros bocadillos. Fue en este sitio, en el pueblo de Emilio Fuego, que Norma y yo, trabajamos sobre los poemas. Ella los tradujo, incansablemente. Un trabajo inolvidable a cuatro manos, cuatro ojos, dos corazones, y la presencia de dos mujeres aventurándose entre dos idiomas. La primera noche nos pusimos de acuerdo y detuvimos la tarea casi de madrugada. Trabajamos también otras noches aunque por esas horas estábamos exhaustas. Ya que, desde la mañana al fin de la tarde, nos afanábamos amorosamente en llevar la poesia a los pueblos cercanos.

Al comenzar las presentaciones, con las traducciones en mis manos, me sentia bendecida y a salvo. Entonces, leía mi poema en português y una poeta de lengua hispânica lo hacía, a su vez, en español. Experiencia única para cada uno de nosotros y para el público. Las lenguas desconocidas son musicalidad pura, cuando se trata de poemas. De los buenos poemas, por cierto. Así fue que escuchamos poemas en mixteco, hebreo, danés, inglês y español.

Fue en esta ocasión que me dí cuenta de las marcadas singularidades entre ambos idiomas. Y como fue posible encontrar una hermana del alma, en la poesia y en Norma.

Cuando mi hija menor fue a vivir a Madrid, donde se casó y tuvo una hija, comprendí mejor la diferencia entre ambos idiomas. Fuera del ámbito familiar, comprendo lo absolutamente trivial pero no puedo conversar profundamente con casi nadie. Norma ha sido siempre una excepción. Con ella, no sé como, pude atravesar las fronteras de los sentimientos y las emociones.

Uno de esos misterios.



Ensaio: Duas poetas traduzem poemas


Publicado por Norma Segades-Maniás em    http://gacetaliterariavirtual.blogspot.com

PÁGINA 10 – ENSAYO


ELIANE ACCIOLY FONSECA
(San Paulo-Brasil)

DIÁRIO DE VIAGEM: 2003

Quando estive no México para o XI° encontro de“Mujeres poetas em el Pais e las Nubes”, acreditava que as pessoas de lá, os nativos, pudessem compreender meus poemas, quando eu os lesse nos encontros, em Português. Foi um dos maiores engodos que me aprontei. A língua espanhola me parecia “parecida” com a língua portuguesa, afinal são neolatinas. No entanto, são profundamente diferentes e misteriosas em suas diferenças. Assim, tinha meus poemas inúteis, que em português não me serviriam, e toda uma semana pela frente, para me desesperar. Ou retornar antes ao Brasil, com o rabo entre as pernas.

A poeta Norma Segades-Manias me salvou. Os poemas que levei em grande parte, estavam publicados em dois livros. E não seriam necessários mais que seis ou oito poemas, pois eles seriam lidos em pueblos diferentes e para diferentes públicos. Norma não me deixou ler nenhum poema em português, me convencendo que não seria compreendida. Ela tinha razão. Bendita amiga! Á noite nos reuníamos todas as quarenta poetas em um bar simples e simpático onde comíamos nossos lanches.

Foi neste bar, no Pueblo de Emílio Fuego, que Norma e eu nos debruçamos sobre os poemas. E ela os traduziu incansavelmente. Um trabalho inesquecível em quatro mãos, quatro olhos, dois corações, e a presença de duas mulheres se aventurando entre dois idiomas diferentes. Na primeira noite praticamente ficamos acordadas, e varamos a madrugada. Trabalhamos em outras noites também, trabalho extra, pois por essas horas estávamos exaustas.

Trabalhávamos de manhã ao fim da tarde, o que adorávamos, pois nossos trabalhos era levar poesia ao povo do lugar.

Ao começaram as apresentações dos poemas pelas poetas, com as traduções de Norma Segades-Maniás em minhas mãos, sentindo-me abençoada e salva! Então eu lia o poema na língua portuguesa, e uma poeta de língua hispânica o lia por sua vez, em espanhol. Experiência única, para cada uma de nós, e para o público. A língua desconhecida, para nós, é pura musicalidade, tratando-se de poemas. Bons poemas, por sinal. Escutei poemas em mixteca, hebreu, danês, inglês e espanhol.

Foi por esta ocasião que me dei conta do quanto os idiomas português e espanhol são distintos entre si. E como foi possível encontrar uma irmã de alma, na poesia, em Norma.

Quando minha filha mais nova foi viver em Madrid, onde se casou e teve uma filha, compreendi ainda melhor a diferença entre os idiomas. Fora do âmbito familiar ali me compreendem no absolutamente trivial, mas não posso conversar profundamentecom quase ninguém. Uma das exceções sempre foi Norma, com quem, nem sei como, pude avançar as fronteiras dos sentimentos e emoções.

Um desses mistérios.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Tradutor

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sábado, 7 de julho de 2012

Contradições




 

 
“Ela” habita a casa em que moro,

 
e ali não sou senhora.

 
Se desejo galinha à cabidela

 
“Ela” cozinha caranguejos,

 
e eu os devorarei alegremente.

 

 
Aprontou versões perigosas de mim,

 
traduções estranhas nas quais me espantei,

 
sofri e morri muitas vezes

 
mas agradeço, pois, me fizeram ampla.

 

 
De uma vida juntas,

 
comendo sal na mesma gamela,

 
mútuas descobertas,

 
de nós duas quem envelhece sou eu,

 
“Ela” permanece uma menina.

 

 
Agora, fluindo em mim torna-se pintora,

 
aprecia minhas mãos, me sopra aos ouvidos:

 

 
_ Mãos que fazem coisas,

 
manejam pincéis, desenham esboços

 
e palavras, plantam orquídeas,

 
e penteiam crianças,

 
cozinham e tiram a poeira dos móveis,

 
de quando em quando.

 

 
Quem trabalha sou eu,

 
“Ela” brilha em meus olhos

 
faz leve ou pesado meu coração

 
e eu que tanto me assustei

 
já quase não me assusto,

 
“Ela” chega a me fazer rir de mim e dela,

 
quando a percebo independente,

dizendo ou fazendo

o que nem pensei.

terça-feira, 3 de julho de 2012





Sor Cecilia, meu carinho admiração, gratidão, e alegria por estarmos juntas!
Viva aos blogs!