quarta-feira, 21 de março de 2012

Poema inútil 2



O pintor percorre

azul cobalto    o abismo
azul celeste    o mar  aberto
azul água       o mar adentro
e as cores se misturam em manchas

O barco com a bandeira vermelha
sobre as ondas,
mal deixa entrever o horizonte


Abaixo o peixe vermelho singra,
um peixe apenas

Não há mensagem se escondendo em imagem,

nada de utilidade pública na margem, 
só  o ato de pintar é responsável,
criando o contexto do quadro


Já o poeta,
inspirado no trabalho do pintor
toma posse  de palavras, umas poucas,
e com elas inventa um dialeto:
este poema inútil